Tombado em nível estadual e federal, o Teatro Oficina, projetado por Lina Bo Bardi e Edson Elito, corre o risco de ter seu entorno profundamente alterado com a construção de duas torres residencias de cem metros de altura. O empreendimento, liderado pelo Grupo Silvio Santos, foi autorizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em reunião no dia 29 de maio.
O terreno sobre o qual estão previstas as torres é motivo de disputa entre a companhia de teatro de Zé Celso Martinez Corrêa e o grupo do empresário Silvio Santos e se localiza precisamente ao lado do teatro tombado, que tem uma enorme janela lateral de 12 metros de largura que ficaria "encaixotada" pelo novo empreendimento, segundo nota do Oficina.
Em resposta à decisão do Iphan, a companhia de teatro declarou que “os órgãos de defesa do patrimônio são instituições historicamente fundamentais e, no entanto, neste momento estamos diante de um aparelhamento sádico destas forças, submetidas às práticas políticas da especulação imobiliária privatista."
O Instituto do Patrimônio esclareceu em nota que o parecer favorável ao projeto “não exime o empreendedor de buscar as autorizações necessárias nos demais órgãos, como de outros tombamentos (estadual e municipal)”.
A companhia divulgou um cronograma de datas para manifestações de apoio ao Parque Bixiga - proposta de contrapartida ao empreendimento imobiliário - que tem início no dia 4 de junho. Leia a nota de denúncia da companhia aqui.
Fonte: Estadão.